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Mostrando postagens de 2016

O Peregrino da Igualdade e da Paz.

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por  Mauro Santayana O Papa Francisco teve uma semana movimentada. Passou por Cuba, onde rezou em Havana, na Praça da Revolução, para dezenas de milhares de fiéis católicos, e visitou Holguin e Santiago, depois de se encontrar com Fidel Castro, a quem tratou com atenção e simpatia. De lá, voou para os Estados Unidos, onde foi recebido por Barrack Obama, rezou em frente à Casa Branca, para uma multidão de fiéis, e discursou, durante uma hora, sendo várias vezes interrompido por aplausos, no Congresso norte-americano. Falou também em Nova York, na tribuna das Nações Unidas, denunciando a "asfixia" imposta pelo sistema financeiro internacional, e no Marco Zero das Torres Gêmeas, reverenciando as vítimas do 11 de setembro, lembrando,  no entanto, ao lado de sacerdotes judeus e muçulmanos, que "a vida está sempre destinada a triunfar sobre os profetas da destruição", que devemos ser "forças da reconciliação, da paz e da justiça", e que é pr

A necessária compreensão do golpe de Estado de 2016

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A necessária compreensão do golpe de Estado de 2016 : o rearranjo para aumento do patamar de ganhos A crise estrutural por que atravessa o sistema dominante de produção, desde ao menos 2008, tem ensejado um robusto ataque aos direitos dos grupos despossuídos. É desse contexto que adveio a série de medidas governamentais tomadas logo após o início do segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff. Trata-se do caso da edição das Medidas Provisórias 664 e 665, em 30.12.2014, que, dentre outras restrições, instituiu o período de carência de dois anos para pensão por morte, reduziu o valor dessa pensão e aumentou os prazos de carência para obtenção do seguro-desemprego; isto, exatamente, em momento de aumento do desemprego. No mesmo quadro, houve nomeação de representantes de oligarquias para a chefia de postos estratégicos para a condução da política econômica, como o Ministério da Fazenda, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e o Ministério da Agricultu

Instabilidade no campo golpista e desafios das forças populares

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​ por Redação de O Cafezinho 1 – O aprofundamento da crise política e econômica exige da militância social a capacidade de apreender o movimento das contradições que dinamizam a luta de classes. O fundamental neste momento é termos iniciativa política para derrotar o movimento golpista. Este breve esforço de análise da presente luta política tem por objetivo subsidiar o conjunto da militância que luta por um Projeto Popular Para o Brasil. A realidade é dinâmica e exigirá mais rigor e ajustes na nossa caracterização da luta de classes. 2 – A instabilidade no interior do campo golpista, evidenciada pela crise institucional que atinge os poderes executivo, Legislativo e Judiciário, reflete uma disputa pela direção política do golpe. Importante compreender que o campo golpista constituído no processo de deposição da presidenta Dilma Rousseff é heterogêneo e suas forças sociais têm diferentes representações na cena política. As duas principais forças sociais do golpe são a burgue

FIDEL E O SAFARI AFRICANO

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​ por Mauro Santayana Reza a lenda - em piada tudo é possível - que, nos tempos em que estava liberada a caça, uma numerosa turma de turistas que fazia um safari em certo país africano, saiu pela manhã do acampamento, deixando, nas barracas, apenas um cozinheiro gago. Perto da hora do almoço, estava o nosso nobre portador de disfemia cortando grandes filés de um imenso pedaço de carne bovina que havia descongelado, quando, atraído pelo cheiro de sangue, um leão introduziu-se, silenciosamente, na tenda, por trás dele. Caçando, também, há dias, sem sucesso, ao ver a carne recém cortada e o cozinheiro, que  - para o leão, naturalmente - não era de se jogar fora, já que estava, digamos assim, um pouco acima do peso, foi natural que o estômago da fera se manifestasse, com um longo, profundo e poderoso ronco, que fez com que o homem se virasse, apavorado,  dando de cara com o felino, a enorme juba desgrenhada e os olhos vermelhos, já retesado para o salto, com

AOS GRINGOS, FILÉ. PARA A PETROBRAS, O OSSO.

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Por Mauro Santayana (Revista do Brasil) - Entre os aspectos mais perversos da atual retirada nacional, baseada filosófica e administrativamente na diminuição do papel do Estado e das empresas estatais e paraestatais como instrumentos de aumento da competitividade e do desenvolvimento do Brasil em sua natural disputa com  outros países do mesmo porte territorial e demográfico, um dos mais abjetos, pelo cinismo com que tem sido levado a cabo, é o que envolve o acelerado e proposital enfraquecimento, para não dizer descarado desmonte, da Petróleo Brasileiro Sociedade Anônima. A desculpa é sempre a mesma.  Estariam, a Petrobras e o país, quebrados, devido à atuação dos governos anteriores, embora a estatal estivesse, até há poucas semanas, a caminho de zerar o déficit cambial acumulado nos últimos anos; suas ações tenham se valorizado em mais de 170% neste ano, em processo iniciado quando Dilma ainda se encontrava à frente da Presidência da República; esteja b

AJD Manifesto em defesa da livre manifestação de estudantes

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Nota Pública da Associação Juízes para a Democracia Em defesa da livre manifestação de estudantes A Associação Juízes para a Democracia (AJD), entidade não governamental e sem fins corporativos, que tem dentre suas finalidades o respeito aos valores jurídicos próprios do Estado Democrático de Direito, vem a público afirmar o direito à livre manifestação de estudantes que participam de movimentos de ocupação das escolas e universidades no Brasil, diante da violência institucional que vêm sofrendo e da omissão do Estado em garantir seus direitos. 1. No dia 03 de outubro de 2016 iniciou-se, no Estado do Paraná, um movimento de ocupação das escolas e universidades públicas. A partir de tal mobilização, diversos outros estudantes brasileiros aderiram à manifestação e também passaram a ocupar escolas e universidades em todo o Brasil. 2. O movimento de ocupação das escolas tem como principal escopo rechaçar a Medida Provisória 746/2016 e a PEC 241, que no Senado adotou a num

A Reforma não poderá ser pontual e nem casual. Exigirá novo conhecimento e muita criatividade.

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​ Por José Berlange Andrade A crise que o mundo experimenta é de esgotamento das promessas do sistema moderno. Nas diversas esferas das relações humanas, com o sobrenatural, com o mundo natural e com a ordem social, as instituições entraram em disfuncionalidade. Estamos vivenciando o caos das complexidades de Babel: o velho projeto emancipatório resultou em manadas de zumbis vagando, desorientadas, num labirinto que constitui um imenso faz-de-contas. Os sistemas econômico e político se fundiram numa unidade siamesa e o ambiente social experimentou salto de qualidade que pressiona uma transformação, inadiável, no sentido de funcionar, também, como subsistema de processamento de escolhas output – o que indica uma tendência histórica para a horizontalização dos processos de conhecimento e de decisão que ainda permanecem encapsulados em instituições analógicas, construídas para funcionar com as antigas limitações de tempo e de espaço – hoje superadas pelas novas tecn

Abrir mercado para a previdência privada, mina de lucros para o setor financeiro.

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Nelson Há um objetivo bem claro por detrás das reformas da previdência social, não só no Brasil, mas em grande parte do planeta. É o de abrir mercado para a previdência privada, um filão, uma verdadeira mina de lucros para o setor financeiro. – O sistema econômico-produtivo chamado de capitalismo está imerso em uma crise descomunal, avassaladora e insolúvel. Digo insolúvel, partindo do princípio que estabelece que um sistema econômico tem, como prioridade primeira, garantir a cada ser humano uma vida minimamente digna. Se não é assim, para quê mantê-lo? – Pois o capitalismo não consegue, não quer, e mais, sua lógica não permite atender a esse princípio. Tal sistema está montado para concentrar a renda cada vez mais em um número menor de mãos, gerando, do outro lado, inexoravelmente, uma multidão de excluídos. – A crise que citei é de superprodução. Há um super capacidade de produção instalada e a demanda pelos produtos não cresceu e nem vai crescer na mesma

Repúdio aos ataques à independência e à liberdade de expressão da magistratura do trabalho

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Nota de Repúdio  A Associação Juízes para a Democracia (AJD), entidade não governamental e sem fins corporativos, que tem dentre suas finalidades o respeito absoluto e incondicional aos valores jurídicos próprios do Estado Democrático de Direito, vem a público repudiar os recentes ataques efetuados à independência e à liberdade de expressão dos juízes do trabalho, o que representa risco à independência do Poder Judiciário. 1. No último dia 21 de outubro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, ao palestrar em evento promovido pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abidib) e pela Câmara Americana Comércio (Amcham), achou por bem realizar um julgamento ideológico sobre as decisões proferidas pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), afirmando que tal corte desfavorece as empresas em suas decisões. Chegou ao ponto de concluir: "esse tribunal é formado por pessoas que poderiam integrar até um tribunal da antiga União Soviética.

Temer dará foro privilegiado a Moreira Franco para protegê-lo na Lava Jato

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Será repetida a novela Dilma-Lula-Casa Civil? Luiz Flávio Gomes A famosa operação “amaciamento” de Dilma, que tentou nomear Lula como ministro da Casa Civil, pode-se repetir no governo Temer (em benefício de Moreira Franco). Desde setembro/16 está na mesa do presidente Temer o texto que transforma a Secretaria Executiva do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) – ocupada por Franco – em ministério. Isso daria para Franco o status de ministro (com direito a foro privilegiado no STF). Assim ele se livraria da jurisdição de Curitiba (nas várias acusações de corrupção). O secretário executivo está descontente por não ter cargo de ministro, mesmo sendo um dos mais próximos colaboradores de Michel Temer. O governo passaria a ter 26 ministérios (depois da dieta, aos poucos eles vão engordando). Se o foro privilegiado for dado a Moreira Franco (para ajudá-lo na Lava Jato), Temer repetirá Dilma, que tentou fazer de Lula ministro da Casa Civil. A operação “amaciament

Onde estão os democratas?

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  Luiz Carlos Bresser-Pereira Faço essa pergunta diante da perseguição judicial de que está sendo vítima o ex-presidente Lula. Uma perseguição que tem como protagonistas o juiz Sérgio Moro e os procuradores do Ministério Público Federal organizados sob a forma de "força tarefa". Essa perseguição é evidente para quem quiser ver. Eu a vi no dia em que, por ordem de Moro, Lula foi conduzido coercitivamente para depor e, ao mesmo tempo, a Força Tarefa enviava um press release no qual afirmava que o ex-presidente era "o principal beneficiário" do escândalo da Petrobras, e apresentava como "evidência" o apartamento que Lula não comprou e sítio emprestado pelos amigos que foi imprudente em usar . Como seria possível ser ele o principal beneficiário de um imenso sistema de corrupção com "propinas" tão ridículas? Há um mês Lula foi indiciado, ao mesmo tempo que o Procurador Deltan Dallagnol, em uma patética apresentação de slides