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Mostrando postagens de outubro, 2018

O centro está órfão mas a paternidade quer ser logo assumida

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Demorou para se perceber que a robustez da polarização entre os petistas e os bolsonaristas havia alcançado, no decorrer dos últimos 4 anos, um estado de rigidez indestrutível. Pelo menos, à ofensiva das manobras de aliança e do comportamento tradicional das candidaturas, durante o curto tempo e com o uso de métodos de competição organizados pela propaganda eleitoral, esta estruturada numa plataforma dialógica voltada para a ação persuasiva de candidatos escolhidos e coordenados pelos velhos partidos políticos. Constatou-se que os veículos de comunicação e suas tecnologias de manipulação não mais reuniam força, nem mobilizadora, nem influenciadora, somente quando as fontes noticiosas do Rádio, TV e Imprensa (conjuntamente com os institutos de pesquisa de opinião pública), falharam no intento de criar uma terceira “onda” – o centrão do Alckmin. A tática utilizada foi a tentativa de pregar rótulo de radical nas candidaturas dos blocos polarizados. Uma cena de facada vitimando

Lava Jato, trair a Pátria não é crime? Vender o país não é corrupção?

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Discurso do senador Roberto Requião na tribuna do senado, dia 30 de outubro 2018 O juiz Sérgio Moro sabe; o procurador Deltan Dallagnol tem plena ciência. Fui, neste plenário, o primeiro senador a apoiar e a conclamar o apoio à Operação Lava Jato. Assim como fui o primeiro a fazer reparos aos seus equívocos e excessos. Mas, sobretudo, desde o início, apontei a falta de compromisso da Operação, de seus principais operadores, com o país.  Dizia que o combate à corrupção descolado da realidade dos fatos da política e da economia do país era inútil e enganoso. E por que a Lava Jato se apartou, distanciou-se dos fatos da política e da economia do Brasil? Porque a Lava Jato acabou presa, imobilizada por sua própria obsessão; obsessão que toldou, empanou os olhos e a compreensão dos heróis da operação ao ponto de eles não despertarem e nem reagirem à pilhagem criminosa, desavergonhada do país. Querem um exemplo assombroso, sinistro dessa fuga da realidade? Nunca aconte

o cavaleiro encarnado do apocalipse tupiniquim

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É fácil de entender porque tanta gente está apostando no Bolsonaro como promessa para resolver a insegurança que tomou de assalto a mente amedrontada do brasileiro comum,  honesto e bem-intencionado. Essa crença no uso das armas e das milícias , porém, não encontra respaldo na realidade . É uma fé permeada de preconceitos, fundada em informações precárias, passadas por um jornalismo de TV exageradamente denuncista e alarmista, mas distanciado e omisso quanto ao conteúdo do debate sobre crime e violência que é desenvolvido nas academias científicas e que aponta saída pela educação , tanto nos núcleos primários de sociabilização (família, religiões, comunidade) quanto no acesso ao conhecimento prático e teórico. A fala de Bolsonaro é simplista, fácil de decodificar, mas sem operacionalidade – portanto, inútil, ineficaz ou até mesmo contraproducente. No sentido de obter resultado inverso: em vez de reduzir a violência, ampliá-la. A influência da fala simplista acaba produz

eleição, resultado e inconformismo - a atitude do democrata e a do fascista

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  Esta eleição de 2018 representa um divisor na história da democracia brasileira. Nunca aconteceu nada igual anteriormente, não na dimensão de risco que assume agora. Na verdade, a disputa eleitoral, a partir dos anos 30, sempre opôs claramente os interesses da Casa Grande contra os da Senzala. Mas, essa luta era marcada pela simplicidade dos movimentos postos em choque nas relações e manobras que se davam no espaço restrito das elites político-econômico.   Hoje, essas relações e manobras praticamente estão fora do controle das mesmas elites, devido a uma complexidade de fatores – principalmente comunicacionais – que determinam a ineficácia das instituições que tinham a função de manter o embate dentro dos limites constitucionais e legais do jogo do Estado Democrático de Direito. Por outro ângulo de visão, deu-se uma horizontalização da relação dirigentes e dirigidos em todos os três campos de normatividade: estado, mercado e sociedade civil organizada, enfraquecendo